Lenda do Conde de Podentes

Jerónimo Dias de Azevedo Vasques de Almeida e Vasconcelos, 1º Conde e 1º Visconde de Podentes, é provavelmente a figura histórica mais ilustre da freguesia.

Bacharel formado em Medicina, nascido a 7 de Dezembro de 1805, chegou a fidalgo cavaleiro da casa real e deputado da Nação. E foi também comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Vilosa e um activo revolucionário na revolta liberal.

Tal ascensão começou quando Jerónimo Almeida e Vasconcelos terminou a sua formatura e se alistou nos Caçadores 12, comandado pelo futuro Conde das Antas. Daí surgiu a militância política que levou a que fosse preso, em 1829, e condenado à morte. Contudo, foi-lhe comutada a pena em exílio perpétuo e confisco dos seus bens, sendo obrigado a dar três voltas à forca. Enquanto esteve preso em S. Julião da Barra, prestou serviços médicos a outros prisioneiros, acabando ele próprio por adoecer. Pelos serviços prestados foi-lhe oferecida uma melhoria das suas condições de prisão e consta que até um eventual perdão.

No entanto, a liberdade surgiu apenas com a vitória liberal na guerra civil contra os absolutistas. A 24 de Julho de 1834 as tropas da Terceira entraram vitoriosas em Lisboa e libertaram os reclusos de S. Julião da Barra, entre os quais se encontrava o que viria a ser o primeiro Conde e Visconde de Podentes.

Após a sua libertação, Jerónimo Almeida e Vasconcelos voltou à vida política; o título de Visconde foi-lhe concedido por decreto de 8 de Outubro de 1851, em duas vidas e a elevação à grandeza de Conde, também em duas vidas, por decreto de 24 de Novembro de 1865. Acabou por falecer em 19 de Agosto de 1855.